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     Fridays - Spiritual Healing

   

Pena ou Compaixão

17 de Marcha de 2017

Você já sentiu pena de alguém que está passando por sérias dificuldades? E de si mesmo? E daquela barata semi-esmagada, bem abaixo de seus pés, aguardando a última pisada? Ê tema complicado.
 

É comum que digamos estar sentindo pena de alguém. Não menos comum é ouvirmos que não se quer que ninguém sinta pena de si. Pena parece algo humilhante, ofensivo, dá entender que a pessoa está, digamos, acabada. De outro lado, quem sente pena, está sensibilizado, gostaria de ajudar, quer o bem da pessoa que passa por dificuldade. Não obstante a boa vontade, precisamos estabelecer importante diferença entre pena e compaixão.
 

A percepção de quem sente pena é de cima para baixo, de alguém que se acha melhor e mais forte – naquele particular momento – do que o outro de quem se tem pena. Mais que isso, a pena pressupõe que percebemos o outro incapaz de reagir, de conseguir erguer-se por si só.

Por isso, a atitude de quem sente pena é exageradamente passional, mas nitidamente fora do foco, desviante, porque busca prestar solidariedade ao outro sem acreditar na força da pessoa em dificuldade. Pior que isso, geralmente quem sente pena traz no seu íntimo uma negação implícita de empatia, pois não raro confessa: “não queria estar no lugar dele”. Ora, como ter empatia, sem buscar a sintonia fina com a dor alheia? Isso gera atitudes distanciadas, humilhantes e reforça no outro a sensação de que ele é um coitadinho e que o problema que ele vai ter de enfrentar é um monstro horrendo e quase invencível, devorador de esperanças.

De tabela, faz o outro se sentir perdido, incapaz e dependente da ajuda exterior, na medida que não lhe desperta o interesse de aprender e coragem de crescer com a situação.
 

Na doutrina budista, a compaixão é a pedra fundamental dos ensinamentos de Buda. O Dalai-Lama – líder espiritual do Budismo Tibetano - tem girado o mundo ensinando e defendendo que tenhamos uma vida mais compassiva. Nos últimos anos a ciência tem atestado inúmeros benefícios à saúde desse estilo de vida.
 

Com o estudo adiantado e sistematizado do que acontece no mundo dos espíritos, já sabemos que a lei do progresso preside o universo. Tudo avança. Todas as pessoas trazem em si o gérmen da evolução. Todas. Ter pena é subestimar, negar mesmo a lei do progresso.
 

A compaixão exige outra atitude. Ter compaixão é ser empático, ou seja, é nivelar-se com o outro, ombreando-o lado a lado, sem, contudo, carregá-lo. Por isso, imprescindível que se acredite nele e que ele também volte a acreditar em si e na vida, mesmo com suas naturais agruras. Geralmente pessoas que passam por grandes dificuldades têm afetados núcleos íntimos importantíssimos à essência humana, como a auto-estima, a auto-confiança, o amor-próprio, a fé, a capacidade de iniciativa e empreendimento, o discernimento crítico, o senso de oportunidade e de gestão, a capacidade de entregar-se e, principalmente, de amar.

Ser compassivo é ajudar de forma eficaz a reconstrução dessa essencialidade, então desestruturada por um momento difícil. Veja que não disse que essas potencialidades se perderam. Disse que estão desestruturadas, embaralhadas entre sentimentos ambíguos e pensamentos confusos.

 

Ouvir, respeitosa e inteligentemente, é apenas uma forma de ser compassivo. Quem tem pena, como dito alhures, quer distância, não deseja envolvimento, traz os conselhos embrulhados com lacinho e tudo, os doa ao coitadinho e tchau, quase sempre fazendo um discurso de entrega da salvação sobre seu próprio exemplo de vida. Paulo Freire sempre afirmou que a liberdade não pode ser doada, mas conquistada.
 

Mas de tudo, o mais perigoso mesmo é a autocomiseração. Trocando em miúdos, é sentir pena de si mesmo. Diria que é o resultado da impregnação do sentimento de pena que tanto recebeu dos outros, passando a hospedá-lo em seu íntimo e a comportar-se como um desgraçado.

A autocomiseração e como um ganho secundário. Trata-se de comportamento que o doente passa a ter, alongando seu estado de enfermidade – muitas vezes inconscientemente – para continuar usufruindo ganhos pessoais. Mais atenção de amigos e parentes, doações de bens materiais, etc... Temos de nos questionar sobre o que está por trás disso? Especialmente do nosso comportamento. Será que só damos atenção aos outros quando há ameaça de perdê-los? Será que estamos ajudando o outro, quando fazemos tudo para que ele não enfrente a vida como ela é? Será que só somos caridosos quando estamos diante de tragédias? A resposta não é simples, mas um dos seus componentes, por certo é a culpa. Muitas das nossas ações são movidas por culpa, muito mais do que por amor, caridade ou compaixão. E muitos são os que sabem explorar esses sentimentos.

 

A verdadeira ajuda está em fazer com que o outro se redescubra e se reeduque como ser capaz de enfrentar sua própria história. Isto não se consegue com pena, só com compaixão.

A time dedicated to our Spiritual and Physical balance and harmony. Everyone is welcome. No previous experience with any spiritual teaching is needed. This meeting is recommended as a “Spiritual Support” to help all of us face our challenges and overcome them with balance and wisdom.

 

We hope to see you soon at

Spiritist Society Towards the Light. 

I am the Light of the world. Whoever follows me will never walk in darkness, but will have the Light of life.
Jesus (John 8:35-12)
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